Sophia nasceu – 29 de Junho de 2013 às 11:06pm.
Sabedoria!
Sabedoria por existir enfermeiras que foram como mensageiros de Deus ao nosso redor respondendo todas as nossas perguntas ao mesmo tempo que se preparavam para ajudar a Johnna em qualquer eventual emergência.
Sabedoria!
Sabedoria é o que precisávamos para tomar cada decisão durante aquelas 33 horas de parto.
Sabedoria!
Sabedoria é o que pedimos a Deus para discernir os nossos passos ao longo desta longa-curta jornada no hospital.
Johnna me ligou na sexta-feira, 28 de Junho às 3:45pm e me disse que a bolsa de água tinha sido rompida. Imediatamente, eu desliguei meu computador e fui para casa. Fomos para o hospital. Neste ponto Johnna não tinha nenhuma contração. Depois de umas duas horas, seguia sem nenhuma contração e a sua dilatação era de 1cm dos 10cm que deveria chegar. Não era um bom sinal.
Aquele cenário obrigou-nos a tomar a primeira decisão: “pitocin” – Nas horas seguintes Johnna teve várias contrações, Vanessa (nossa “doula”) e eu usamos todas as técnicas que sabíamos e aprendemos do método Bradley. Depois de algumas horas de contração e técnicas de alívio, o resultado era o mesmo – dilatação de 1cm dos 10cm que deveria chegar. Não era um bom sinal.
Mais uma vez fomos obrigados a fazer uma escolha: “epidural”- Com o objetivo de relaxar os músculos de Johnna, relaxar o colo do útero e fazer a dilatação crescer até 10cm, Johnna tomou a tal anestesia “epidural” para que enfim nós todos nos preparássemos para empurrar o bebê.
Após algumas horas, a dilatação da Johnna foi de 1cm à 3cm, logo mais, iria de 3cm à 7cm, e em seguida, de 7cm à 10cm.
Hora de empurrar!
Todo mundo estava animado e pronto para o momento esperado. Vanessa e Jéssica, as nossas duas “doulas”, estavam ajudando a Johnna segurando as suas pernas, eu segurava a sua cabeça enquanto a enfermeira conduzia o processo e contávamos…uma, duas vezes, três vezes e por quase 3 horas e meia, nós tentávamos e tentávamos, porém o bebê não saía do lugar pois estava na posição “sunny side up” (rosto para cima) e “asynclitic” (torta). Depois de um momento, a médica entrou no quarto e eu podia sentir uma atmosfera estranha. Ela nos disse que tínhamos 3 (três) opções: o aspirador (vacuum) com 3 tentativas, “forceps”, ou cesariana. No entanto, neste ponto a cesariana era exatamente o que estávamos tentando evitar, mas Johnna já estava exausta e o que ela mais queria era ter o bebê. Se o procedimento do aspirador (vacuum) ou “forceps” falhassem, Johnna não teria outra escolha e acabaria em uma cesariana. Mais uma vez fomos obrigados a fazer uma escolha. Depois de alguns segundos de silêncio Johnna me perguntou o que deveríamos fazer e, em seguida, decidimos fazer o aspirador (vacuum).
Tomei 3 passos para trás e a única coisa que eu fiz a partir deste ponto foi orar e pedir a Deus sabedoria. Naquele momento não sabíamos se era um menino ou menina. No quadro haviam dois nomes: André ou Sophia.
Depois de alguns minutos, aproximadamente 12 enfermeiras se juntaram a nós na sala do parto – elas estavam prontas para levar o bebê assim que ela ou ele nascesse, mas ao mesmo tempo elas estavam prontas para levar Johnna para uma cesariana de emergência, se necessário fosse.
A médica, a enfermeira, as nossas “doulas” e eu estávamos apoiando a Johnna e como em um coral de vozes contávamos até 10 enquanto Johnna empurrava o bebê e a sua médica trabalhava no processo…
A primeira. A segunda…
Agora Johnna tinha apenas mais uma tentativa. Caso contrário, ela iria acabar em uma sala de cirurgia fazendo uma cesariana. A médica perguntou se ela gostaria de empurrar sem a ajuda do aspirador (vaccum). Johnna fez um dos (pushes) empurros sem nenhum instrumento. Em seguida, a Dra. Taneja perguntou se ela queria fazer mais um empurrão sem o aspirador (vaccum), ou se ela queria fazer o último empurrão com a ajuda do instrumento. Johnna já estava extremamente cansada e sabia que, se ela quisesse o bebê, ela precisava de toda a sua força para o último empurrão com a ajuda do aspirador. Ela disse, “Vaccum”!
Todo mundo estava com a Johnna dando-lhe todo o apoio necessário e contando…
De repente, o bebê saiu e a médica levantou-o e perguntou a Johnna: “O que você teve?” Johnna respondeu: “Uma menina, é uma menina!”
Sophia nasceu com lágrimas de alegria e alívio…
Sophia (Σοφíα, palavra grega para “sabedoria”). O substantivo grego sophia é a tradução de “sabedoria” na Septuaginta grega para o hebraico חכמות Ḥokmot.
Encontramos sabedoria como o principal tema nos livros de Provérbios, Salmos, Cântico dos Cânticos e Eclesiastes.
Na teologia cristã, a “sabedoria” (em hebraico: Chokhmah, grego: Sophia, latim: Sapientia) ensina-nos um aspecto de Deus, ou a definição teológica e conceito sobre a sabedoria de Deus.
Eu poderia ir mais e mais além, mas eu quero voltar para a Sophia, a nossa filha, que vem trazendo lágrimas de alegria, serenidade e sabedoria para a nossa família.
Sabedoria!
Sabedoria para escolher a Jéssica e Vanessa como as nossas “doulas”, a fim de acompanhar-nos neste caminho. Elas foram como anjos e fontes de sabedoria regando suas palavras sobre nós, estando presentes e nos ajudando em cada fase deste processo até trazer a Sophia para este mundo.
Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece; e pelo conhecimento se encherão as câmaras de todas as riquezas preciosas e deleitáveis. (Provérbios 24:3-4).
Este processo de construção é feito passo a passo, tijolo por tijolo, pedra por pedra, com perseverança e paciência. Como resultado destes passos pequenos, mas constantes, encontramos tesouros belos e incontáveis no final desta jornada…
Sabedoria para construir a confiança. Sabedoria para tomar decisões, ainda que tenhamos que escolher a opção menos dramática – às vezes, não sendo capaz de evitar a dor ou até mesmo alguma perda, como no filme clássico e extremamente premiado – A Escolha de Sophia.
A vida é feita de escolhas diárias. A vida é uma escolha!
Muitas vezes, a vida nos obriga a fazer “a escolha de Sophia”.
Sabedoria para perseverar e ser corajoso. Sabedoria para discernir. Sabedoria para ser paciente e não perder a esperança. Sabedoria para ser inocente como uma criança, mas medir as consequências de cada decisão como um general que vai para a guerra. Sabedoria para viver a vida e aproveitar cada segundo…
É o que temos aprendido – curtindo cada segundo deste lindo milagre em nossos braços – Sophia Annalise.
Bem-vinda pequena Sophia. Nós te amamos!
Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! E quanto mais excelente é escolher o entendimento do que a prata! (Provérbios 16:16).
Fábio e Johnna
