A simplicidade do Evangelho é o encontro humano no chão da vida. É em última análise um convite a ser um “Jesuisinho” andando pelas ruas cinzentas e esquinas geladas desta existência acolhendo a todos aqueles que ninguém quer acolher, abraçando aos que ninguém quer abraçar, dando pão para quem tem fome, água a todos aqueles que estão sedentos e vestindo a qualquer um que se encontrar nu ou com frio.
É simples assim.
De modo que o Evangelho é a consciência de fazer aos homens aquilo que você mesmo deseja e espera que eles, os homens, façam a você. O Evangelho é a consciência de que Deus estava em Cristo Jesus reconciliando o mundo consigo mesmo não imputando aos homens as suas transgressões . Aliás, é Paulo quem segue dizendo em 2ª Coríntios que Aquele que não cometeu pecado, se fez pecado por nós, para que fôssemos feitos Nele justiça de Deus.
Ora, o Evangelho é simples, porém o homem é complicado!
O Evangelho é a Boa Notícia de Deus. O Evangelho é a Boa Nova!
O Evangelho é Jesus. Tudo o que tem a ver com o espírito dos ensinamentos de Jesus é o Evangelho. Tudo o que não tem a ver com o espírito dos ensinamentos de Jesus, não será Evangelho ainda que possa ser chamado e batizado de “evangelho”.
O Evangelho é esta ação apaixonada, incondicional e unilateral do amor de Deus para conosco. De maneira que eu não posso alcançar a Deus. Eu não posso por mim mesmo. As minhas “melhores justiças” são como trapo de imundícia. Eu não posso chegar até Ele por meio do meu “behaviorismo”. Não!
Foi Ele. Foi Ele quem veio e resgatou-me.
Foi uma ação absolutamente unilateral. Foi Ele.
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito para que todo aquele que Nele crê, não pereça mas tenha a vida eterna. Vida com qualidade. Vida!
Vida em abundância. Vida eterna!
De fato, é o próprio apóstolo Paulo quem segue dizendo que até mesmo se um anjo vindo do céu anunciar um “evangelho” que não tem a ver com Jesus e seus ensinamentos, seja anátema! Rejeite-o!
O pseudo evangelho pode até ter forma de “evangelho”, cheiro de “evangelho”, cor de “evangelho”, mas não será Evangelho.
Aliás, é pelo fruto que se conhece a árvore. Os frutos do genuíno, simples e verdadeiro Evangelho são simples assim também. A saber, são eles: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
O que passar disto, é religião como fruto da produção humana. O que passar disto, é crença como fruto de um ambiente no qual o indivíduo cresceu, absorveu e agasalhou todas as idiossincrasias daquele cenário religioso em nome de Deus, mas não é, e nunca será fé.
A fé é simples.
A fé é a ação que brota, suscita e floresce de um coração sincero e quebrantado.
A fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que ninguém é capaz de ver.
É nesta dimensão tão singular e íntima do teu ser que Deus quer habitar. Na geografia do teu coração, pois Ele está buscando verdadeiros adoradores que O adorem em espírito e em verdade.
Fábio
Clearwater, Setembro 2014